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Ferramenta possibilita o uso de representações visuais que facilitam o aprendizado da disciplina e trazem mais autonomia aos estudantes

#Educação#Educadores#Ferramentas

Imagem mostra uma estudante resolvendo uma conta matemática em um quadro branco

O que o funcionamento da mente humana e a Matemática têm em comum? Muito mais do que normalmente imaginamos. Esta área do conhecimento corresponde à ciência que estuda objetos abstratos e resolve problemas a partir da relação entre eles. Ao contrário do que muitos pensam, a Matemática não é linear e, assim como o cérebro, têm de gerir uma série de informações ao mesmo tempo para estabelecer conexões.

Foi traçando esse paralelo que a educadora Liliane Rezende Anastácio decidiu trazer mapas mentais como ferramentas para inovar no ensino da Matemática com a sua turma do 9º ano do Ensino Fundamental. O objetivo era romper com o estigma que acompanha a disciplina e aproximar os estudantes de uma aprendizagem significativa.

“O mapa é uma maneira de organizar informações e resolver problemas. Diferente de um texto, que segue uma linha reta de raciocínio, o mapa mental começa a partir de um centro e faz associações que podem ser representadas por cores diferentes, círculos e setas. Não tem certo ou errado, ele sempre pode ser complementado. Isso permite que os estudantes sejam ativos na produção de seu próprio conhecimento”, explica Liliane.

Além de professora da rede municipal de Belo Horizonte (MG), Liliane também é pesquisadora e leciona no Curso de Licenciatura Plena em Matemática, formando professores na Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG). Desde os 21 anos, quando começou a dar aulas, Liliane sempre foi entusiasta das metodologias ativas de aprendizagem. E teve a oportunidade de aplicá-las em todas as etapas do desenvolvimento, desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.

“Em todos esses níveis percebi que a Matemática não é vista como uma disciplina acessível. Quando, na verdade, ela é muito democrática e faz parte da vida de todos nós! Estamos em níveis muito baixos no que diz respeito a habilidades e competências nesta área do conhecimento”, afirma a educadora. “E, por isso, o principal objetivo é romper esse estereótipo. Todo mundo pode aprender Matemática”, completa a professora que inovou com o uso dos mapas mentais.

Mapa para a aprendizagem significativa 

Para tornar o ensino mais atrativo e significativo, Liliane acredita na importância de compreender o ritmo de aprendizagem de cada estudante. Buscar atividades que valorizem mais as associações do que os acertos pode facilitar o trabalho do educador na identificação das peculiaridades e necessidades de cada turma.

Aliás, foi por meio de uma formação do Instituto iungo que a professora passou a entender o mapa mental como uma possibilidade para a educação. Diante de um contexto de desafios impostos pelo ensino remoto, Liliane enxergou nos mapas mentais uma forma de trabalhar conhecimentos interdisciplinares e ainda estimular o aprendizado em Matemática.

Nas aulas síncronas, a educadora explicou como estruturar o mapa e para uma primeira tarefa pediu aos estudantes que fizessem um modelo mental sobre qualquer tema que lhes interessasse. Nesse momento, apareceram tópicos como futebol, videogames, bullying e homofobia. O próximo passo foi analisar um por um em sala de aula, deixando claro que não havia uma fórmula correta para os mapas, mas sim espaço para melhoria.

Durante a apresentação, a turma foi incentivada a enxergar a experiência como uma construção coletiva. A proposta é comparar os mapas, trocar informações e sugerir caminhos possíveis uns para os outros. Dessa maneira, quando os conceitos matemáticos como Potenciação e Teorema de Pitágoras aparecem, torna-se mais fácil organizar os estudos com autonomia.

As características de um Mapa Mental: Onde surgiu? A técnica foi criada e sistematizada pelo psicólogo e pesquisador Tony Buzan, na década de 1970; Qual é o objetivo? Gerir e organizar informações O que é? Representação visual de conceitos e ideias Habilidades trabalhadas: Organização, comunicação, resolução de problemas, tomada de decisão, criatividade, memorização e análise. Pode ser usado para:Anotar ideias, Estudar, Encontrar soluções colaborativas, Fazer planejamento de reuniões, projetos e aulas, Estruturar conteúdos

Desenvolvimento ativo e autônomo 

Outro objetivo da atividade era ser acessível. Levando em consideração a realidade dos estudantes que não tinham acesso à internet, a professora preparou materiais impressos com o passo a passo para criar um mapa mental. Ao mesmo tempo, não deixou de recomendar aplicativos e recursos digitais para aprimorá-los cada vez mais.

Nesse processo, o que mais chamou atenção de Liliane foi a forma como a turma se apropriou da ferramenta e passou a utilizá-la na organização dos estudos de outras disciplinas, como Português e Ciências. Os resultados foram tão positivos, que a educadora decidiu adaptar a atividade para o curso de graduação que coordena na UEMG. No áudio abaixo, ela explica por que a atividade é tão importante para o desenvolvimento ativo e autônomo dos estudantes:

Professora inova no ensino da Matemática com o uso de mapas mentais
Professora inova no ensino da Matemática com o uso de mapas mentais