Por meio de livro e plataforma digital, Programa Semente capacita educadores para promoverem a sociabilidade, autoconhecimento, autocontrole, empatia e tomada de decisões entre estudantes
Com livro e plataforma digital, projeto capacita educadores para promoverem sociabilidade, autoconhecimento e empatia
A partir da ideia de que o desenvolvimento de habilidades socioemocionais é tão importante quanto o aprendizado de disciplinas tradicionais, como português e matemática, os educadores Celso Lopes de Souza e Eduardo Calbucci criaram o Programa Semente, em outubro de 2016.
As escolas que desejam participar recebem um livro com diversas atividades, utilizado em sala de aula pelo professor e pelos alunos. O material propõe exercícios a serem realizadas em casa ou no próprio ambiente escolar e é complementado por uma plataforma digital, com vídeos, animações e outros conteúdos multimídia.
“Continuamos acreditando que a grade tradicional é importante, mas é preciso desenvolver outras habilidades, tais como a sociabilidade, autoconhecimento, autocontrole, empatia e tomada de decisões. Elas são complementares e, ao contrário do que se pensa, podem ser ensinadas”, explica Calbucci.
Atualmente a equipe do Programa Semente já pesquisa novas tecnologias, como gamificação, realidade virtual e aumentada, visando ampliar os horizontes do programa a curto e médio prazo. “A tecnologia é um caminho sem volta. O Programa Semente já nasceu com essa ideia”, disse o educador.
Ao mesmo tempo em que o material impresso é fundamental para ordenar os conteúdos, o time acredita na importância de testar novos modelos constantemente, valorizando a plataforma digital, que permite atualizações constantes – e não apenas uma vez ao ano, como acontece com o livro.
Como funciona
O projeto pode ser aplicado para todos os anos da educação básica, além do Ensino Médio. Quando a escola adere ao Programa Semente, recebe uma assessoria pedagógica para capacitação dos professores da própria instituição.
“Orientamos a escolha dos educadores, de acordo com perfil. Os selecionados fazem um curso de formação com a nossa equipe pedagógica. Nada é imposto de fora para dentro. Nós aproveitamos tudo o que a escola já tem para que o programa funcione da maneira mais natural possível”, disse.
A definição da carga horária também fica por conta da escola, que pode optar por aulas semanais ou quinzenais, dependendo da disponibilidade. “É importante abrir um espaço na própria grade, dentro dos projetos pedagógicos, pois o impacto do programa é maior quando o trabalho ocorre de forma regular.”
Impacto
Visando medir o impacto do programa, a equipe contratou Bruno Damásio, chefe do Departamento de Psicometria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O especialista criou uma escala para avaliar o impacto do Programa Semente nas escolas, por meio de uma pesquisa aplicada antes e depois do projeto.
Segundo Calbucci, os dados são animadores. “As crianças evoluíram muito e os resultados mostram que estamos no caminho certo. As escolas estão sendo muito parceiras nessa construção coletiva. Não adianta acreditar em algo que não funciona. Por isso contamos com uma auditoria externa para avaliar nosso trabalho. Educação exige esse tipo de cuidado. Neste ano, pretendemos chegar a cerca de 100 escolas.”