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Entenda como a 42 São Paulo funciona na prática e porque ela tem tudo a ver com o Mundo BANI.

#42SãoPaulo

Entenda como a 42 São Paulo funciona na prática e porque ela tem tudo a ver com o Mundo BANI

O acrônimo VUCA, que representa as palavras Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade, tão emblemático das mudanças do mundo pós-Guerra Fria, ainda é atual diante dos efeitos da crise socioeconômica e sanitária evidenciada pela pandemia de coronavírus. A humanidade continua tendo de lidar com um cenário complexo, volátil e incerto. O que muda agora são as formas de lidar com este desafio e as respostas estão na perspectiva de um mundo BANI.

Desenvolvido pelo antropólogo e futurista norte-americano Jamais Cascio, o novo acrônimo significa “Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible”, traduzido em português para Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível. Na visão de Jaqueline Weigel, especialista em comportamento humano e fundadora da W Futurismo, essa categorização serve para facilitar o processo de tomada de decisão.

“O mundo sempre foi incompreensível e a vida sempre frágil. Durante muito tempo, nós quisemos acreditar que era possível olhar cinco anos para frente e saber o que ia acontecer. O conceito de mundo BANI logo será substituído, mas a realidade é que não podemos mais imaginar um futuro olhando para o presente com os olhos do passado”, opina a profissional.

Sinais de mudança 

Os sinais dessa mudança vêm sendo anunciados desde 2007, quando o World Economic Forum chamou a atenção para o início da 4º Revolução Industrial. Para Jaqueline, a transformação engloba não apenas as tecnologias, mas também a forma como nos relacionamos, aprendemos, trabalhamos e interagimos com o planeta. “Precisamos priorizar as competências para a cidadania, ou estaremos fora da construção desse novo mundo”, conclui.

Essa perspectiva foi reforçada pelo evento global de tendências para a educação, o enlightED 2020. Durante o encontro virtual, especialistas chamaram a atenção para o modelo disruptivo da École 42, que criou uma metodologia utilizada em mais de 20 países para o ensino de Engenharia de Software. No Brasil, a 42 São Paulo foi inaugurada com o apoio de empresas parceiras como a Fundação Telefônica Vivo.

Gratuita, com o objetivo de ser cada vez mais inclusiva e diversa, qualquer pessoa acima dos 18 anos pode ser inscrever no processo seletivo. Embora o escopo formativo principal seja o ensino de programação, não é preciso ter conhecimento ou experiência na área de tecnologia, ou qualquer formação prévia, pois o foco é desenvolver habilidades para a resolução de problemas. Entenda como a 42 funciona na prática e porque ela tem tudo a ver com o Mundo BANI.

Flexibilidade para lidar com a fragilidade 

Em um mundo frágil, saber lidar com frustrações é muito importante. De um dia para o outro, os planos podem precisar de adaptações para um novo contexto. Na 42 São Paulo, esse aprendizado é quase tão essencial quanto a programação. Errar não é sinônimo de fracasso, mas sim de desenvolvimento.

Para desenvolver a flexibilidade como habilidade profissional, os estudantes podem decidir quanto tempo vão se dedicar aos projetos, de acordo com a disponibilidade, utilizando os recursos para aprender no seu próprio ritmo.

“A tendência é que as universidades, daqui para frente, invistam nesse modelo de currículo aberto, onde o estudante terá espaço para somar as competências que tenham a ver com seu projeto de vida. É claro que existem cursos mais tradicionais, que nem sempre poderão oferecer essa flexibilidade, mas essa conexão entre teoria e prática facilitará a tomada de decisões no mercado de trabalho”, acrescenta Jaqueline Weigel.

Como a 42 SP contribui para desenvolver competências em mundo BANI Flexibilidade para lidar com as frustrações e as fragilidades Autoconhecimento e autonomia para lidar com a ansiedade Raciocínio lógico para lidar com um mundo não linear e incompreensível Senso de comunidade em um mundo coletivo e plural

O futuro não é ansioso 

Embora a ansiedade faça parte do conjunto de emoções humanas, a aceleração da revolução digital provocou mudanças constantes que agravam sua manifestação de forma significativa. As desigualdades, a intolerância, os problemas socioambientais e econômicos ficaram ainda mais evidentes, de modo que há motivo de sobra para ansiar por um mundo melhor.

“O futuro, contudo, não pode ser ansioso. Para projetar soluções, precisamos de estratégias bem estruturadas a longo prazo”, complementa a presidente da W Futurismo. Ela destaca, ainda, a necessidade de desenvolver habilidades socioemocionais como empatia, comunicação e resolução de problemas desde cedo.

A autonomia é fundamental para a experiência de um cadete na 42 São Paulo, que oferece estrutura e curadoria de conteúdos para guiar o aprendizado, mas incentiva os estudantes a acessarem esse conhecimento de forma descentralizada. Mesmo sem a figura do professor, isso não significa que eles estarão sozinhos.

Os participantes encontram acolhimento na comunidade fomentada pela 42SP, com  oficinas, dinâmicas e momentos de troca organizados pela equipe na intenção de  reforçar a importância do autoconhecimento e da empatia para melhor se preparar para os desafios da sociedade. Devido à pandemia, tais encontros foram adaptados para uma comunidade on-line, junto a uma estratégia que possibilitasse a continuidade do curso remotamente, seguindo a proposta colaborativa da instituição.

A lógica de um mundo não linear 

Encontrar lógica em um mundo não linear é tarefa difícil, mas não é impossível. Jaqueline Weigel destaca que acompanhar a movimentação do mundo, exige observação, método científico e uma junção de competências em diversas áreas.

“Parece abstrato, mas temos dados sobre o futuro sendo atualizados diariamente. Com ferramentas assertivas, é possível olhar para eles e traçar estratégias para resolver problemas”, complementa a futurista. O raciocínio lógico entra, aqui, como uma dessas ferramentas.

Muito além de raciocínios matemáticos, a lógica está conectada com o pensamento crítico, a comunicação e a resolução de problemas. A 42 São Paulo desmistifica a ideia de que existe uma única solução para uma situação desafiadora. O objetivo principal é ponderar sobre os caminhos e escolher aquele que faz mais sentido para o objetivo que se quer alcançar.

 

Mundo incompreensível, mas coletivo 

O que nos une como seres humanos é a condição que compartilhamos neste planeta. E assim como muitos outros animais, é a inteligência coletiva que nos permite sobreviver e evoluir.

Partindo deste princípio, a 42SP busca minimizar os obstáculos de acesso para que todos tenham oportunidades iguais de se desenvolver. Além de o curso ser oferecido gratuitamente — com a possibilidade de bolsa-auxílio para o transporte e alimentação — o processo seletivo incentiva a diversidade de perfis inscritos, não exigindo nenhum tipo de pré-requisito para participação, além de ter mais de 18 anos.

Internamente, o aprendizado é realizado entre pares e o trabalho em equipe, recompensado. À medida que os projetos são finalizados, os estudantes desbloqueiam benefícios para a comunidade toda, como palestras e oficinas complementares. Já quando uma regra de convivência é quebrada, os estudantes perdem pontos e benefícios por isso. O intuito é criar um senso de desenvolvimento em comunidade.

Qual é a relação entre Mundo Bani e a educação do futuro?
Qual é a relação entre Mundo Bani e a educação do futuro?