Quem pensa que é mais fácil conseguir diploma ou que não precisa de dedicação precisa saber mais sobre cursos a distância
A educação a distância (EAD) está em ascensão no Brasil. Mensalidades mais acessíveis, investimento das universidades na qualidade dos cursos e a quebra de paradigma de que a educação precisa ser exclusivamente presencial são alguns dos motivos que explicam esse crescimento.
Pela primeira vez, a oferta de vagas nos cursos de graduação na modalidade ultrapassou o número de vagas ofertadas pelo ensino presencial, aponta o Censo da Educação Superior, do Inep. Em 2018, 7,1 milhões de vagas de educação a distância foram registradas diante das 6,3 milhões de vagas nos cursos presenciais. A oferta de cursos EAD também cresceu 50% no último ano, chegando a 3.177.
“Os cursos de EAD são, em média, 70% mais baratos que os da educação presencial. Num país com economia estagnada, a opção da população é pela mensalidade mais barata. Além disso, a educação a distância leva acesso a uma ampla gama de cursos em cidades pequenas e médias”, afirmou, ao portal O Globo, o especialista em EAD João Vianney, consultor da Hoper Educação.
Apesar desse cenário, muita gente ainda é resistente quando escuta falar em educação a distância. Isso se explica, em parte, a alguns mitos que ainda rondam a modalidade. A professora Ivete Palange, conselheira da Associação Brasileira de Educação a Distância – ABED, ajuda a esclarecer e combater alguns mitos. Confira a seguir:
Curso EAD é mais fácil
Quem começa os estudos com esse pensamento logo se frustra. A maioria dos cursos de média e longa duração é feita com a mesma carga horária de cursos presenciais e exige o mesmo rigor e dedicação dos alunos.
“As pessoas confundem flexibilidade com facilidade, o que é um erro. Muita gente acha que consegue concluir um curso EAD mesmo se não tiver muito tempo disponível. Não é verdade. É preciso criar uma rotina de estudos, fazer provas, ler os materiais e seguir a agenda de entregas do curso”, afirma Ivete.
Não há interação com outros alunos
Nesse quesito, a única mudança em relação ao curso presencial é a necessidade de mais proatividade por parte do aluno para acessar os diversos canais de interação que as plataformas dos cursos oferecem, como chats, fóruns e plantões de dúvidas. Até grupos de WhatsApp são uma forma comum de interação.Segundo Ivete, quanto mais o aluno interage com as pessoas do curso, mais ele desenvolve senso de pertencimento e constrói uma rede que potencializa o aprendizado. “O bacana do EAD é que há, numa mesma turma, pessoas de diferentes Estados e cidades, o que potencializa o networking. A diferença em relação ao presencial é que as relações se dão no meio virtual, mas nossa sociedade já está bem acostumada com isso”.
Você conhece a plataforma Escolas Conectadas?
O ProFuturo, programa global da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação “la Caixa”, incentiva o ensino a distância para educadores por meio da plataforma Escolas Conectadas. Desde 2015, os cursos gratuitos de formação continuada promovem a inclusão de educadores na cultura digital e incentiva o desenvolvimento de habilidades do século XXI nos alunos, por meio da prática de metodologias inovadoras de ensino.
Professores do EAD são menos qualificados
Profissionais bons e ruins existem em cursos online e presenciais. Por isso, é importante fazer uma extensa pesquisa antes de começar qualquer atividade. “A investigação é a mesma que a pessoa faz para um curso presencial. É preciso saber quem são os professores, quais são as qualificações deles, como é a credibilidade da instituição”.
A consultora da ABED destaca, no entanto, que cursos online exigem do aluno um cuidado a mais na investigação. “É importante que o aluno saiba como as dúvidas são sanadas ao longo do curso; os horários dos plantões de dúvida; como manter contato com o professor; como se dá a construção de relacionamento com a instituição e quais as condições tecnológicas e ferramentas exigidas pelo curso”.
O diploma EAD vale menos
Em instituições de ensino reconhecidas pelo Ministério da Educação, o diploma de um curso online tem a mesma legitimidade do que diplomas de cursos presenciais. “O que acontece é que para ter validade, um diploma de graduação precisa ser emitido por uma instituição reconhecida pelo Ministério da Educação. Uma busca pelo site do Ministério já revela se a instituição atende ao critério”, indica Ivete.