O uso de recursos digitais para sala de aula ajuda a fazer a gestão da aprendizagem e o planejamento das atividades pedagógicas
O uso de recursos digitais para sala de aula está se tornando cada vez mais popular entre os educadores. Eles simplificam a administração das aulas, organizam a rotina, melhoram o planejamento e aumentam a eficiência do processo de ensino-aprendizagem.
“Uma sala de aula bem gerida funciona com didática adequada e a aprendizagem tunada ao máximo, sem grandes intercorrências, onde docentes e discentes podem dar o melhor de si. Para tal, o uso de ferramentas digitais é fundamental”, explica Doug Alvoroçado, que é professor alfabetizador da rede municipal do Rio de Janeiro e tem a prática voltada para experiências de realidade virtual e aumentada para inclusão de estudantes surdos.
Em novembro de 2022, o educador dividiu um pouco mais sobre sua experiência com tecnologia e inclusão durante o painel Como apoiar professores no desenvolvimento de competências digitais, do EnlightED 2022, conferência global de Inovação e Educação organizada pela Fundação Telefônica Global. Dessa vez, ele e outros educadores inovadores indicaram algumas das principais ferramentas digitais que utilizam no dia a dia.
Recursos digitais para a sala de aula
Para Doug Alvoroçado, que trabalha com formação de professores em disciplinas pedagógicas PPIP (Pesquisa, Prática e Iniciação à Pesquisa), duas ferramentas são indispensáveis. A primeira é a Classroomscreen, uma plataforma online que oferece recursos para apoiar atividades em sala de aula e estimular o engajamento dos estudantes.
“Com a ferramenta, é possível fazer pesquisa rápida com os alunos, sortear ou separar grupos de trabalho, colocar imagem, texto e até vídeos em tela, além de cronômetro e outras funções”, diz Alvoroçado. “Mas o meu recurso preferido é o medidor de ruído. Ligo na sala e estabeleço um limite máximo de ruído. Se a turma ultrapassar o limite, ele emite um sinal sonoro que sinaliza que devemos falar mais baixo. O ambiente da sala fica mais agradável e favorável à boa aprendizagem”, complementa o educador.
Ele também indica o Google Workspace for Education, um conjunto de ferramentas e serviços gratuitos adaptados para a escola. Além de fáceis de usar, os recursos podem ser acessados por diferentes dispositivos, como tablet, computador ou smartphone.
“É uma maneira excelente e segura de se comunicar com os alunos e trabalhar conteúdos, preparar aulas e portfólios. Uso muito a planilha para controlar a frequência dos alunos, a entrega de trabalho, distribuição de notas e pontos, além de ter o histórico anual da turma na palma da mão”, indica Alvoroçado.
Assistente virtual
E que tal um assistente virtual para apoiar na gestão da sala? A dica é da professora de Ciências Andressa Pinter dos Santos Ninin, do Colégio Santa Marcelina, em São Paulo (SP). Ela usa um aplicativo chamado iDoceo, que só roda em sistema IOS, mas também cita o Additio, para sistema android.
“Com os assistentes virtuais é possível inserir anotações, registrar frequência, gerenciar e planejar atividades em sala de aula, gerar relatórios personalizados para cada aluno, montar grupos de trabalho. O iDoceo é fantástico para quem usa rubricas nas avaliações. O professor monta a rubrica de forma prática e intuitiva, o que facilita muito na hora de dar nota.”
Laboratório online
Para a professora de biologia Raphaela Gonçalves, recursos digitais para fazer a gestão da sala de aula são aqueles que engajam os estudantes e garantem melhor aprendizado. Dessa forma, ela gosta de enriquecer os conteúdos trabalhados com a ajuda de simuladores online. Com seus alunos do Colégio Alicerce, localizado em São Vicente (SP), ela usa constantemente a ferramenta gratuita Phet Colorado, desenvolvida pela Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, com o intuito de oferecer recursos STEM de alta qualidade para as salas de aula.
“É uma ferramenta incrível porque traz de forma concreta e visual diversos experimentos que não seriam fáceis de serem replicados na vida real, incluindo conceitos de química, física e biologia. É muito útil para escolas com poucos recursos ou que não possuem laboratório”, indica.
Assim como os simuladores, ela também utiliza gifs com esse propósito de engajar os estudantes e, assim, dar bom andamento aos conteúdos que aborda. Nós estamos acostumados a usar gifs nas redes sociais, mas a educadora garante que eles também são ótimos recursos didáticos e de fácil acesso.
“Eu insiro gifs em minhas apresentações de slides para ilustrar processos físicos, químicos e biológicos. Em uma aula de sistema cardiovascular, por exemplo, coloco um gif mostrando o caminho do sangue entre as câmaras do coração. É prático porque não preciso parar minha explicação para mostrar um vídeo, nem nada. Com a ajuda dos gifs, os alunos observam processos diferentes em cada slide que passo”, diz a professora.
Design e produção de conteúdo
Formada em física, a professora Marivane Biazus é professora da disciplina de Cultura e Tecnologia Digital para estudantes do Ensino Médio do Instituto Estadual Cardeal Arcoverde, em Passo Fundo (RS). “As ferramentas digitais que indico para outros colegas são simples, qualquer escola com sala de informática consegue acessar. Ou até mesmo os próprios alunos com seus smartphones”, diz.
Nesse sentido, ela indica a versão gratuita da ferramenta de designer gráfico Canva, que permite aos professores gerenciar e criar tarefas, além de monitorar o progresso dos estudantes e fornecer feedback.
“Nós utilizamos muito no ano passado, os alunos adoram. Nós desenvolvemos diversas atividades com produção de conteúdo para alimentar uma página no Instagram que temos para a divulgação dos projetos desenvolvidos pelos alunos. O bom é que ela permite o compartilhamento dos trabalhos desenvolvidos com o professor, o que facilita muito o processo de correção das atividades.”