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Especialista dá sugestões de como lidar com o distanciamento físico, a necessidade do uso de tecnologia e a transformação do que antes era ensinado presencialmente

Em um colégio de Recife, a professora Débora Meneghetti se dedicou alguns dias a preparar aulas a distância para alunos do 1º ano do Ensino Médio. Com a câmera quebrada e um computador sem som, ela tentou usar o celular, mas na hora da aula nada deu certo. Ninguém a ouvia, a imagem aparecia duplicada na videochamada e o tempo correu enquanto ela tentava lidar com as falhas técnicas. Os estudantes, entendendo a situação começaram a mandar mensagens de carinho e a docente chegou a se emocionar. A aula foi interrompida, mas os problemas foram resolvidos com ajuda de outros funcionários da escola para os dias seguintes.

Todo esse quadro descrito demonstra os desafios que surgem ao usar meios digitais na adequação ao ensino a distância (EAD), intensificado por conta da suspensão das aulas presenciais durante a pandemia. O tempo de trabalho do professor acaba dividido com outras tarefas e há uma maior exposição dos educadores, que muitas vezes não têm a mesma estrutura da escola em suas casas. Além disso, é preciso readequar as aulas, pois falar sobre um assunto presencialmente é diferente de dar uma aula que ficará gravada.

“Há todo um desgaste emocional provocado pelo distanciamento físico, inúmeras incertezas. E há uma forma de trabalho que ocorria presencialmente migrando para o contexto digital”, aponta Mary Grace Andrioli, docente e coordenadora da Licenciatura em Pedagogia no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP).

O que fazer quando a tecnologia falha?

É fundamental ter um plano B já preparado se, porventura, uma de suas aulas a distância não funcionar. Para isso, o professor pode usar recursos de forma síncrona – em tempo real ou com horário marcado – ou de forma assíncrona, ou seja, quando as pessoas interagem com um conteúdo no seu tempo, ou na hora que puderem e desejarem.

Recursos como WhatsApp, Zoom e Jitsi podem ser usados tanto para uma conversa ao vivo com os estudantes, como para deixar uma aula gravada para que eles assistam quando puderem. Já fóruns de discussão e Google Forms são exemplos assíncronos, pois podem ser acessados a qualquer momento.

Em caso de falhas, o indicado é ser autêntico e transparente com os estudantes. “O primeiro passo é avisá-los dos problemas técnicos. O segundo, enviar algo em outro formato. Pode ser uma indicação de material da web, um bom vídeo já existente, e tudo isso com algum desafio associado”, explica Mary Grace Andrioli.

Segundo a especialista, as aulas a distância não precisam ser ao vivo e expositivas o tempo todo. Uma sugestão é agendar um bate-papo e ter um momento de troca sobre os conteúdos. “Todo momento síncrono deve ser um encontro. É graças aos bons encontros que estudantes valorizam os professores”, acredita.

Buscar apoio institucional e compartilhar os desafios com a gestão da escola pode criar um canal de reflexão conjunto, em que todos colaboram para encontrar soluções. Há escolas públicas e privadas que estão emprestando seus equipamentos para docentes e até mesmo para estudantes. Além disso, é válido reunir-se em alguns momentos com as famílias para que entendam as propostas passadas aos estudantes.

“É importante mostrar o papel do professor como mediador, incentivador e estimulador de uma aprendizagem ativa e autônoma. É justamente isso que tem feito a diferença na pandemia”, defende a docente do IFSP.

A educadora complementa que um dos pontos-chave é ter muito claro o objetivo que se quer atingir, levando em conta o tempo e as condições dos estudantes ao desempenhar cada atividade. “O que funciona com um professor, pode não funcionar para outro. A tecnologia, inclusive, ajuda a conhecer melhor as necessidades dos alunos, que podem ser ouvidos por meio de pesquisas online que gerem dados para estruturar um planejamento pedagógico”, afirma.

“Precisamos que todos valorizem muito mais os saberes pedagógicos do que os tecnológicos. Agora é pensar que podemos usar as ferramentas que já temos – as redes sociais, por exemplo, de forma a promover a aprendizagem, a conexão entre as pessoas e a construção do conhecimento”, encerra Mary Grace Andrioli.

Aprenda a trabalhar com computação na nuvem

A computação na nuvem permite produzir e armazenar documentos multimídia (como textos, fotos, vídeos, infográficos) em um ambiente virtual, liberando espaço em dispositivos conectados à internet.

É o com essa proposta de ensinar como utilizar ferramentas gratuitas que possibilitam esse recurso e mostrar aplicações práticas que o Escolas Conectadas oferece o curso a distância gratuito Escola na nuvem – ferramentas gratuitas de produção on-line.

“Após o curso aprimorei a utilização da nuvem. Além disso, compartilhei com meus colegas uma rotina de trabalho para organizar todos os documentos dos professores, pedagogos e coordenadores.”, afirma o professor Weverton Augusto da Vitória.

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