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As cinco equipes vencedoras passam pela fase de assessoria técnica e implementação dos Planos Inovadores e se adaptam aos desafios impostos pelo ensino remoto

Imagem de um papel branco com diversos escritos coloridos e algumas canetinhas espalhadas

Há um ano, o Desafio Inova Escola, iniciativa que faz parte do Profuturo, programa de educação global da Fundação Telefônica Vivo e Fundação “la Caixa”, convidou educadores de todo o Brasil para transformar realidades dentro de suas comunidades.

Ao todo, 335 equipes concluíram as Trilhas Formativas, propostas para aprofundar conceitos sobre inovação educativa e oferecer ferramentas para formular um plano de ação nas escolas. Desse total, 25 projetos se destacaram e participaram de uma votação que selecionou, em novembro de 2019, cinco vencedores — um projeto para cada região do Brasil.

Desde março de 2020, as equipes escolares estão sendo assessoradas pela coordenação técnica do CENPEC Educação, parceiro executor da iniciativa. O objetivo da assessoria é apoiar e fortalecer a implementação dos Planos de Inovação, respeitando a autoria e o protagonismo de cada equipe.

“Todos têm o mesmo ponto de partida e uma expectativa do ponto de chegada, porém o percurso a ser traçado é uma construção entre o assessor e a equipe, conforme as especificidades de cada plano, da realidade de cada escola e do perfil dos educadores envolvidos”, afirma a coordenadora do Desafio Inova Escola no CENPEC, Anna Cecília Chaves Arruda.

Realizado em celebração aos 20 anos da Fundação Telefônica Vivo, o Desafio Inova Escola, é uma iniciativa do ProFuturo – programa de educação global da Fundação Telefônica Vivo e da Fundação “la Caixa” – voltada para promover uma cultura de inovação nas escolas, que contribua com o desenvolvimento integral dos estudantes. O projeto conta com a parceria da Representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e do Movimento de Inovação na Educação.

Cronograma de ação adaptado

Para que todos os projetos possam se desenvolver adequadamente, existe um planejamento comum a todas as equipes, com cronogramas de reuniões periódicas e o registro dos avanços. Desde a concepção inicial, foi previsto que grande parte da assessoria seria feita a distância, por meio de videoconferências e plataformas online. Ainda assim, a pandemia de coronavírus trouxe a necessidade de adaptação no cronograma de ações.

Segundo a assessora Bruna Nunes, que acompanha a equipe fluminense Fábrica de Jogos, os maiores desafios estão relacionados ao distanciamento social. “A maioria dos alunos que frequentam o instituto é de comunidades rurais, portanto, não possuem fácil acesso à internet. A equipe tem se dedicado a preparar todos os materiais e conteúdos necessários para que o projeto possa ser aplicado quando as aulas forem retomadas”, relata.

“Essa pandemia pegou a todos nós de surpresa e temos que nos reinventar a todo instante. Com o Desafio Inova Escola não tem sido diferente. Esse reinventar-se tem muito a ver com inovação e até pode ser encarado como uma oportunidade. O próprio processo de assessoria e planejamento dos projetos tem bebido de métodos mais digitais e inovadores devido a este cenário”, conta Renata Altman, coordenadora de Programas Sociais da Fundação Telefônica Vivo.

Saiba mais sobre os Planos de Inovação das cinco equipes vencedoras:

Guerreiros do Campo: aproximação da comunidade

Evitar a evasão escolar por meio do vínculo entre as atividades da escola e a realidade dos estudantes é a proposta da equipe paraense da EMEF Joana Darc, os Guerreiros do Campo. Localizada na zona rural de Nova Esperança do Piriá (PA), a escola lida com estudantes que ajudam a complementar a renda da família, o que os faz faltar por semanas seguidas. A relação precoce com o trabalho faz com que essas crianças e adolescentes tenham dificuldade na aprendizagem e na integração na rotina escolar.

Depois de fazer uma pesquisa com a comunidade para saber quais atividades gostariam de ver nas oficinas, a equipe está trabalhando neste conteúdo e, em paralelo, organizando um calendário escolar adaptado. “Alguns períodos são mais intensos, como o do plantio e colheita de pimenta e de produção de farinha”, conta a educadora Maria Marcilene Alves da Silva. Isso ajudará a recuperar os estudos dos estudantes que faltam regularmente nestes períodos.

Itavivo: educação integral e envolvimento local

Ir além dos muros da escola e trazer uma perspectiva de desenvolvimento integral para os estudantes faz parte do Plano de Inovação da equipe pernambucana Itavivo, formada pelas professoras Martamira Ferreira e Ewerline Martiniano. Localizada na zona rural de Vitória de Santo Antão (PE), a Escola Municipal Constâncio Maranhão é vizinha de um antigo engenho, que se tornou um parque voltado para o turismo: o Itamatamirim.

A ideia das educadoras é integrar o parque natural à escola, proporcionando um aprendizado holístico e aprofundado na percepção do entorno e dos elementos que formam a vida cotidiana dos estudantes. Dentre as ações, a prioridade é reelaborar o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola, incentivar o protagonismo e a autoria dos estudantes por meio de atividades pedagógicas em espaços compartilhados de aprendizagem, pesquisar sobre a história do parque, organizar trilhas ecológicas, além de investir na criação de um aplicativo para reunir as informações sobre o Itamatamirim e sua importância para a região.

Inova IEMA: construindo uma aprendizagem significativa

Construir uma proposta pedagógica que faça mais sentido para a realidade dos estudantes do Ensino Médio é o grande desafio que inspirou o projeto da equipe do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). A ideia é integrar a área técnica aos componentes da Base Comum Curricular (BNCC) na construção de um currículo para o Ensino Médio.

O plano para traçar diretrizes que se aproximem do protagonismo no processo de ensino-aprendizagem, começou com uma enquete que tinha como objetivo descobrir as maiores dificuldades dos estudantes dentro do currículo regular. Além disso, montaram um grupo de apoio com os docentes, gestores e alguns estudantes para tirar dúvidas e trocar experiências.

A assessora da equipe, Patrícia Caldas, ressalta que o trabalho das idealizadoras do projeto está fluindo muito bem apesar das dificuldades. “São professoras muito comprometidas com a causa da escola e com a aprendizagem significativa. É preciso dar um passo de cada vez. O importante é contagiar toda a comunidade para a participação em ações que sejam de fato inovadoras”, afirma.

IFF9: aprendizagem lúdica e gamificada

Imagine uma Fábrica de Jogos dentro da escola. Essa foi a proposta criada pela equipe do Instituto Federal Fluminense (IFF), localizado no Campus Itaperuna (RJ).  A principal motivação para os idealizadores do projeto foi a análise da alta taxa de evasão e retenção escolar desde o 1º ano do Ensino Médio.

Com a ajuda de metodologias ativas e um processo de aprendizagem lúdico, a equipe fluminense pretende transformar essa realidade a partir de práticas pedagógicas que façam mais sentido para os jovens. A ideia é construir uma espécie de fábrica de jogos, conduzida em conjunto com os estudantes, para trabalhar os conteúdos básicos, como Matemática e Português.

Apesar de o ensino remoto ser um dos desafios enfrentados, outras ideias passaram a surgir nesse processo. A assessora Bruna Nunes sugeriu transformar toda a criação da Fábrica de Jogos a partir de uma dinâmica gamificada. “Os estudantes ganham cargos mais avançados à medida que realizam atividades e desenvolvem competências e habilidades”, explica.

Bastião Atômico: sustentabilidade que transforma a educação

Desenvolver uma cultura de sustentabilidade foi o ponto de partida da equipe Bastião Atômico, da Escola Municipal de Tempo Integral São Sebastião. Localizada em Jaboatão dos Guararapes (PE), eles estruturaram um Plano de Inovação com o objetivo de promover o uso consciente da água pela comunidade ao redor da escola.

Por tratar-se de ações práticas, a equipe teve de adaptar o cronograma das ações, que contam com voluntários da comunidade local para manutenções e consertos de tubulações, para além das atividades pedagógicas com os estudantes. O assessor Ricardo Amaral ajudou os educadores a construírem um formulário eletrônico enviado via Whatsapp.

Um dos idealizadores do projeto, o educador Luís André Jacinto, relembra a importância das ações do planejamento para o contexto atual. “A nossa escola tem uma cisterna que está desativada há um bom tempo. Em um momento em que lavar as mãos é vital, fazermos essa reativação é fundamental”, conclui.

Transformação na prática: como estão os projetos vencedores do Desafio Inova Escola
Transformação na prática: como estão os projetos vencedores do Desafio Inova Escola