Professora está em frente a mural onde se lê “Hora da Leitura”

Soraya F. Oliveira

A partir de um programa de computador, a professora Soraya Freire de Oliveira, de Manaus (AM), incentivou os alunos a criarem suas próprias histórias em quadrinhos

O poder transformador da imaginação

Professora está em frente a mural onde se lê “Hora da Leitura”

Nome: Soraya F. Oliveira | Escola: EMEF Thomas Meirelles | Projeto: Aula Digital

Dos 28 anos em que Soraya Freire de Oliveira esteve em sala de aula, 27 foram na EMEF Thomas Meirelles, zona sul de Manaus. Apaixonada pela profissão e pela escola pela qual dedicou a vida, a professora diz que respira educação.

Tanto envolvimento já rendeu oito prêmios nacionais à educadora, de 48 anos. Foram quatro Prêmios Professores do Brasil, três prêmios Denatran de Educação no Trânsito e um Concurso Estadual de Prevenção ao Tabagismo e de Prevenção às Drogas.

O reconhecimento vem dos projetos desenvolvidos pela professora. O mais recente é a atividade denominada Onomatopeia: Diálogo Curricular nas Histórias em Quadrinhos, que teve como objetivo trabalhar os conteúdos do currículo de forma interdisciplinar, integrando tempos, espaços e tecnologias digitais.

Ao lado de Suzana Albuquerque, coordenadora do Telecentro da escola, Soraya desenvolveu o trabalho com 23 alunos do quarto ano. A inspiração da dupla em criar um projeto de ensino híbrido, utilizando a estrutura tecnológica da escola, veio após a formação do projeto Aula Digital, da Fundação Telefônica Vivo, em 2017.

“O professor é um eterno pesquisador. Trabalho muito com ambientes de mídia e valorizo os espaços diferenciados da escola, viabilizando o aprendizado de forma mais dinâmica e atrativa. Também uso as redes sociais para promover a interação entre família e escola, pois é a falta desse elo que causa o déficit de aprendizagem”, disse.

Aprendendo onamatopeias

De acordo com Soraya, o desenvolvimento de diferentes tipos de texto para as crianças do quarto ano é de extrema importância para que elas usem a escrita no seu cotidiano. Um dos tipos é a história em quadrinhos, na qual muito se utiliza da onomatopeia, a manifestação sonora da escrita.

Ao perceber que a oralidade não estava chamando a atenção dos alunos, a professora Soraya perguntou à colega Suzana se havia algum recurso tecnológico no Telecentro que pudesse contribuir para o desenvolvimento da produção escrita.

A coordenadora então sugeriu um programa de computador que deu origem ao projeto, com o objetivo de articular o processo de produção escrita, tendo como ferramenta a tecnologia.

A partir de gibis disponibilizados pela biblioteca da escola, com a colaboração da professora Eunice Dinelly, Soraya começou a trabalhar a linguagem HQ, abordando a estrutura gráfica dos quadrinhos e as manifestações de sentimentos, como as expressões de choro, alegria e tristeza.

Depois de serem introduzidos ao tema, os alunos montaram suas próprias tirinhas no computador. “Nessa produção, eles colocaram as onomatopeias, como barulho do trânsito”, explicou Soraya. Bastaram três aulas para os estudantes compreenderem os processos da produção escrita.

“Foi muito interessante, porque conseguimos que todos produzissem, no contexto tecnológico. A escola precisa estar atenta às questões além dos seus muros e aos anseios dos alunos, para não perder para o que está lá fora. A tecnologia faz parte e não temos como voltar atrás”, completou a educadora.

Para ampliar os horizontes
Aula Digital é uma iniciativa global trazida para o Brasil pela Fundação Telefônica Vivo, com o objetivo de facilitar o acesso à uma educação mais inovadora, despertando o protagonismo do professor e ampliando seu repertório. Manaus foi o primeiro município do país a receber o projeto, há um ano em parceria com a Secretaria Municipal de Educação – SEMED.  O parceiro executor do projeto é a Fundação Vitória Amazônica.

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