Murilo Carvalho Rodrigues, educador paraense que transforma realidade de alunos em comunidade ribeirinha com tecnologia e expande repertório aliando Artes a outras disciplinas

Murilo C. Rodrigues

De segunda a sexta-feira, Murilo Carvalho Rodrigues, 34 anos, sai de casa e enfrenta um trajeto de quase duas horas para chegar ao trabalho.

Professor une tecnologia ao ensino de Artes e outras disciplinas

Murilo Carvalho Rodrigues, educador paraense que transforma realidade de alunos em comunidade ribeirinha com tecnologia e expande repertório aliando Artes a outras disciplinas

Nome: Murilo Carvalho Rodrigues | Escola: Fundação Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira | Projeto: Escolas Conectadas

De segunda a sexta-feira, Murilo Carvalho Rodrigues, 34 anos, sai de casa e enfrenta um trajeto de quase duas horas para chegar ao trabalho. A longa jornada nunca foi uma barreira grande o suficiente para afastar Murilo daquilo que entende como a sua missão: lecionar Artes para crianças da rede pública de ensino.

Murilo é formado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade do Amazonas (Unama) e em Educação Artística (licenciatura) pela Universidade Federal do Pará (UFPA). Ele tinha o objetivo de ser artista. Chegou a ganhar prêmios como artista visual, e também trabalhou como arquiteto.
Mas, em 2011, se inscreveu para uma vaga de professor em uma escola privada e foi admitido. Foi ali que Murilo se apaixonou pelo ofício, e nunca mais saiu da sala de aula.

“O curso de arquitetura era meu grande sonho. Mas acredito que a gente tem uma missão muito maior como professor e me sinto muito mais necessário em sala de aula”, revela o professor.

Desde 2016, o paraense é professor da Fundação Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira, uma instituição de ensino da rede municipal de Belém que é referência em Educação Ambiental, e que atende a população ribeirinha no distrito de Outeiro, a 35 km do centro da capital. Das cinco unidades pedagógicas (UP) que compõem a escola, Murilo leciona em duas: na UP Jamaci, que fica na ilha de Paquetá e na UP Faveira, na ilha de Cotijuba. Seus alunos são desde a Educação Infantil até o último ano do Ensino Fundamental.

Tecnologia facilita o ensino

Em 2017, Murilo ganhou um tablet por meio de um sorteio por participar de uma avaliação do projeto Escolas Conectadas, da Fundação Telefônica Vivo. “Caiu como uma luva, porque possibilitou que trouxesse vídeos para os alunos de educação infantil e mostrasse obras de arte, por exemplo. Deu um grande apoio nas aulas. O impacto foi muito significativo com os alunos”, afirmou o educador, que na época havia acabado de ingressar na rede pública de ensino, após passagem por uma escola particular com vários recursos em sala de aula.

Os principais beneficiados, claro, foram os alunos. “Trabalho com comunidades tradicionais ribeirinhas. Tenho alunos que não têm celular, televisão, não têm nenhum recurso tecnológico. Sequer têm acesso à rede elétrica. Só têm contato com a tecnologia na aula de Artes”, relata.

Murilo Carvalho Rodrigues, educador paraense que transforma realidade de alunos em comunidade ribeirinha com tecnologia e expande repertório aliando Artes a outras disciplinas

Arte combina com horta comunitária?

A relação de Murilo com a Fundação Telefônica Vivo, no entanto, é mais antiga. Desde 2016, o professor realiza cursos na plataforma Escolas Conectadas e enxerga na ferramenta uma ótima oportunidade para se aperfeiçoar na prática. “Passei a promover a plataforma para colegas de trabalho, porque é importante a formação continuada. Ser professor requer estar sempre atualizado”, resume.

Após o curso ‘Jogos e Brincadeiras: para além da seriação’, Murilo estruturou o projeto da Horta Escolar Comunitária em duas unidades pedagógicas. Como o professor de Artes pode abordar a horta em sala de aula? “O curso trouxe essa reflexão, sobre a importância da brincadeira e do uso de novos materiais didáticos”, comenta o professor.

Os alunos do primeiro ao quarto ano ajudaram a desenvolver um jogo de tabuleiro ao estilo ‘sorte ou revés’. As crianças elaboraram frases e desenhos em cartas sobre a manutenção da horta, ilustrando o que acontece quando não há cuidados adequados, como a rega das plantas. “O processo educativo é uma construção. Quando a gente parte da reflexão de como trazer inovação para a sala de aula, de como auxiliar o aluno nessa construção, ele passa a protagonizar esse aprendizado. Ele não é um mero expectador. Ele participa e vai construindo o conhecimento”, analisa.

A estética dos desenhos não é o foco do professor. “O curso de Artes faz com que a criança saiba lidar com as emoções, saiba se expressar, perca a vergonha de se mostrar em público. Minha missão é torná-los pessoas sensíveis e respeitosas. Quando temos sensibilidade para ver e ouvir o outro, temos condições de formar uma sociedade mais justa e fraterna ”, reflete o professor Murilo.

Na plataforma Escolas Conectadas são oferecidos cursos gratuitos com conteúdos e metodologias inovadoras de ensino com práticas pedagógicas diferenciadas e de uso da tecnologia nas atividades em sala de aula.

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