A tecnologia já é parte da realidade dos alunos. Nosso papel é
trazê-la como aliada e ferramenta para a aprendizagem

Conceito

O uso de novas tecnologias educacionais é uma realidade em muitas escolas. Smartphones, tablets e computadores fazem parte do cotidiano dos estudantes e, mesmo em contextos desprovidos de recursos, podemos observar uma importância cada vez mais significativa desses aparelhos. Como essas novidades fazem tanto sucesso entre os jovens do século XXI, a introdução das mídias digitais em sala de aula torna-se mais que bem-vinda: é uma receita de sucesso!

As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) estão inseridas na maioria das atividades realizadas atualmente, tornando-se ferramentas riquíssimas e facilitadoras para a educação. No mundo globalizado, cada vez mais competitivo, terá uma grande vantagem aquele que souber onde buscar o conhecimento, em vez de ser um mero consumidor de informações repassadas pelos outros.

Vale frisar que a tecnologia sozinha não basta. A inovação está na forma que a utilizamos e a integramos ao nosso dia a dia.

Para desenvolver competências do século XXI precisamos, também, trabalhar conjuntamente:

Desafios

É muito importante saber exatamente o que você quer que seus alunos façam quando você propõe o uso de recursos digitais. Na era analógica, isso estava bem claro. Na era digital, essas certezas mudaram um pouquinho… Ou muito!

Era analógica Era digital Âmbito da comunicação
Desenhar, construir, planejar, produzir, idealizar, traçar, elaborar Criar   Filmar, animar, fotografar, gravar em áudio, blogar, mixar, remixar, participar de um wiki, publicar, dirigir (vídeo, podcast), HQ Colaborar
Moderar
Negociar
Debater
Comentar
Reunir-se na rede
Realizar videoconferência
Revisar
Perguntar
Questionar
Contestar
Publicar
Participar em redes
Contribuir
Chatear
Comunicar-se por e-mail
Comunicar-se por mensagens instantâneas
Escrever textos
Revisar, formular hipóteses, criticar, experimentar, julgar, provar, detectar, monitorar Avaliar Comentar em um blog, publicar, moderar, colaborar, participar de redes, reelaborar, provar
Comparar, organizar, desconstruir, atribuir, delinear, encontrar, estruturar, integrar Analisar Encontrar, compilar, selecionar, comparar, recombinar, organizar, desconstruir informações
Implementar, desempenhar, usar, executar Aplicar Subir, compartilhar, editar arquivos
Interpretar, resumir, inferir, parafrasear, classificar, comparar, explicar, exemplificar Compreender Fazer buscas avançadas, buscas booleanas, blogar (formato jornalismo), categorizar, etiquetar, comentar, anotar, subscrever
Reconhecer, listar, escrever, identificar, recuperar, denominar, localizar, encontrar Lembrar Marcar conteúdos (bookmarking, favoritar), listar, glossar, reunir conteúdos, criar bibliotecas

Caminhos percorridos

O debate em torno do uso de tecnologias, seja no contexto que for, precisa ter seu tempo e seu espaço. Qualquer tipo de decisão deve passar por muitas conversas e considerações, envolvendo o maior número possível de atores, como direção, coordenação pedagógica, corpo docente e, principalmente, representantes da classe estudantil, a principal interessada.

A maioria dos jovens já tem acesso a computadores, tablets e smartphones. De uma forma ou de outra, é preciso levar essa realidade em consideração, quando o assunto estiver em pauta.

Não adianta simplesmente decidir se os estudantes poderão ou não usar seus aparelhos celulares dentro da escola, por exemplo. A discussão deve ir muito além, elencando os prós e os contras, minuciosamente embasados por artigos de especialistas e até mesmo por pesquisas científicas.

Hoje, estamos discutindo o uso dos celulares dentro dos salões pelos estudantes. Vamos abordar, por exemplo, a relação das pessoas com a internet, que hoje já pode ser encarada como uma relação de vício, reconhecido pela medicina. De que forma ela pode nos prejudicar e prejudicar as relações humanas que estão se tornando cada vez mais individualistas com uma diminuição das relações presenciais, do olho no olho? Precisamos refletir sobre isso.

A internet maximiza o acesso a conteúdos dinâmicos. Por exemplo: os estudantes podem explorar a coleção do British Museum on-line nas aulas de arte e história, assistir ao lançamento de um foguete da NASA nas aulas de exatas ou fazer Skype com alunos de outros países nas aulas de línguas.

Para fazer bom uso das oportunidades da internet, a orientação do professor é imprescindível, uma vez que ele pode mostrar ao estudante as formas mais seguras, práticas e eficientes de navegar pelos inesgotáveis espaços on-line, para que esse jovem encontre o que precisa, analise o que é relevante, reconheça o que é confiável e aja de forma ética em ambientes digitais (e físicos, também).

Passo a passo

É preciso promover o uso seguro da internet em sua escola. Para isso, reúna-se com os demais professores e desenvolva uma lista de conselhos a serem seguidos e de comportamentos inadequados, nos ambientes on-line.

Organize oficinas para colocar em prática o plano desenvolvido no passo anterior, incentivando o respeito mútuo e a promoção de uma educação digital com responsabilidade e segurança. Você pode sugerir a criação de campanhas, vídeos, blogs ou grupos de discussão.

Divida os estudantes em grupos. Peça a eles que façam uma pesquisa na internet, sobre o assunto que achar mais apropriado, usando três fontes diferentes. Em seguida, sugira que desenvolvam uma análise crítica sobre as diferenças encontradas, apontando qual é a fonte mais confiável, com suas respectivas justificativas. Desafie-se e faça a mesma atividade, enquanto a turma realiza a tarefa. Será interessante comparar os resultados.

Quando os computadores chegaram, o grupo de professores pensou que essa tecnologia toda não tinha sentido se viesse apenas para substituir os cadernos. Se queríamos que eles aprendessem o que queriam, então, íamos usar a tecnologia para nos ajudar nesse objetivo.

Na escola NuVu Studio, que funciona em parceria com o Massachussets Institute of Technology (MIT), em Cambridge, nos Estados Unidos, os estudantes aprendem por meio de projetos, utilizando conceitos de robótica, programação, desenvolvimento de aplicativos e produção de documentários, em que o resultado sempre deve ter algum impacto social.

Imagem de Alunos

Na School 21, em Londres, a tecnologia é amplamente utilizada, com o intuito de melhorar o aprendizado dos estudantes, que usam tablets para realizar e analisar trabalhos com os colegas, escrever suas reflexões sobre o processo de aprendizagem em blogs ou grupos no Facebook, além de criar e publicar vídeos no YouTube. Isso também acontece na Woorana Park Primary School, localizada na Austrália. Vá ao final da publicação para acessar os links das três escolas e saber como elas utilizam essas ferramentas.

Imagem de Alunos

Quando falamos da tecnologia a serviço da educação, incluímos também muitos fornecedores de diversos produtos digitais, que ajudam muito o processo de aprendizagem. Com o uso de plataformas de aprendizagem on-line, por exemplo, o ritmo, o método e até o conteúdo da aprendizagem de um jovem não precisam estar vinculados aos dos colegas da turma.

As configurações dessas plataformas são ajustadas para refletir as necessidades de cada um. Esses ajustes podem ser direcionados pelo professor, pelo aluno, pela colaboração entre os dois ou até pelas próprias plataformas, respondendo aos resultados do estudante. Assim, cada um pode seguir o próprio itinerário formativo, de um jeito que nunca foi possível no modelo tradicional da escola.

Nessas plataformas, a avaliação passa a ser imediata e determinante ao progresso do aprendizado do estudante, garantindo o domínio de conteúdos e competências, antes de permitir que ele avance para outros níveis. Com isso, o tempo do professor é otimizado para dedicar atenção à resolução de entraves mais complexos da aprendizagem.

Como você viu no tema anterior, há diversas opções gratuitas e on-line. Você pode saber mais, conferindo o portal Escolas Conectadas e também a Educopedia.

Nós usamos a plataforma da (EMEF) Amorim Lima. Nela a gente vai checando os roteiros que a gente aprendeu, é só clicar e pronto. Aí o professor vai lá, vê que eu coloquei, que terminei, aí vem checar no meu caderno e depois coloca um visto lá na plataforma. Meus pais também podem ver o que eu estou fazendo.

Eu adoro usar o QMágico, porque nele você vê vídeos, também você aprende com outros jogos. Diferente de só ficar olhando para a lousa, que é chato em outras escolas. No nosso roteiro diz quando a gente tem que fazer alguma coisa no QMágico.

As plataformas digitais mais completas costumam ser pagas, o que pode dificultar o acesso, caso sua escola não disponibilize de recursos para comprar uma licença de uso. Num cenário como esse, o improviso é uma boa solução.

Nós fazemos uma avaliação unificada, que não tem fins meritocráticos nem quer quantificar a aprendizagem. Ela serve para acompanhar os alunos. Um dos professores fez uma planilha no Excel para que conseguisse identificar que questões eles mais erraram, como se fosse um desses instrumentos de avaliação externa. Então, se a maioria da turma errou a questão três, por exemplo, vamos entender do que se trata a questão para planejar as próximas atividades e ajudá-los a desenvolver aquela habilidade. A avaliação tem o fim de nos ajudar a responder a questões dos alunos, sempre.

Muitas plataformas digitais utilizam a lógica dos jogos, em que passar de fase deixa de ser apenas lúdico, mas também parte do processo de aprendizagem. Isso é o que chamamos de gamificação do ensino.

É bom deixar claro que gamificação não depende apenas de tecnologia, pois muitos jogos podem ser criados com materiais sem qualquer circuito ou uso de energia. Existem muitas plataformas transmídia, que combinam diferentes formas de aprender, mesclando jogos de tabuleiro, vídeos e livros.

Usamos muito a Educopédia e todos os professores usavam, uns mais, outros menos, mas todos usavam. Alunos e professores adoravam, tanto pelos exercícios, quanto para buscar novas explicações e a Educoteca.

Localizada em Nova York, a escola pública Quest To Learn rompe com os padrões de ensino tradicionais e com a lógica de tempo e ritmo de aprendizado linear e passivo, para levar os estudantes a aprender por meio de jogos. Criada em 2009 pelo Institute of Play, a escola tem o objetivo de aumentar o engajamento, a motivação e potencializar o aprendizado de alunos, para que eles se relacionem com o mundo como uma fonte ininterrupta de oportunidades. Todo o currículo é baseado na gamificação, fazendo com que os estudantes também desenvolvam estratégias e, por fim, criem os próprios jogos.

Como jogadores, eles se sentem empoderados, passam a assumir riscos e desafios que evitariam na vida real, aprendem a tomar decisões e a promover transformações. Essa dinâmica leva a um aumento do potencial de aprendizado e da capacidade de serem atuantes na sociedade. A escola tem notas acima da média nos testes padronizados obrigatórios e é campeã em olimpíadas de matemática. Em 2016, cerca de 100 novos alunos foram admitidos, com idades entre 11 e 18 anos.

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Algumas plataformas, que apoiam a aprendizagem com o uso de jogos, já podem ser encontradas em versões de demonstração e, outras, são totalmente gratuitas. O Plinks, por exemplo, é uma plataforma de aprendizagem lúdica, que envolve estudantes e educadores numa aventura divertida, por meio do conhecimento.

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O Brasil tem 1,5 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola, principalmente por desinteresse, e 45 milhões de pessoas usando jogos digitais. Se uma das principais queixas dos professores é a desmotivação e a indisciplina dos alunos, crianças e jovens nem piscam enquanto estão jogando. Não precisamos adorar os games para entender que ‘gamificar’ o processo de aprendizagem pode ser uma boa estratégia. Mas o que significa gamificar a educação?

Gamificar significa utilizar dinâmicas, características e arquiteturas presentes nos jogos para promover comportamentos em outros contextos. Não se trata de, necessariamente, usar jogos digitais ou não, distribuir pontos ou outros incentivos.

As melhores experiências de gamificação aproveitam elementos como a curiosidade, a permissão para falhar, o feedback imediato, a colaboração entre jogadores, a apresentação de novos conteúdos, por meio de histórias e desafios contextualizados, e o sentimento de controle na tomada de decisões para motivar, estimular comportamentos desejados e promover descobertas.

A proposta do projeto Núcleo Avançado em Educação (Nave), que funciona no Colégio Estadual José Leite Lopes, na zona norte do Rio de Janeiro, é estimular alunos em todas as suas dimensões para que se tornem seres humanos completos.

O projeto, iniciado em 2008, procura formar jovens protagonistas, a partir do conhecimento de suas potencialidades, unindo ensino médio e curso técnico, funcionando como um núcleo de pesquisa e inovação, e também como centro de disseminação de informações.

A escola forma os estudantes para atuar no mercado digital, em áreas como internet, celular, games e TV, e oferece três especializações: roteiro para mídias digitais, multimídia e programação de jogos digitais.

No primeiro ano, os alunos têm contato com disciplinas dos três cursos profissionalizantes. No segundo, escolhem qual deles querem cursar e passam a conhecer a área com mais profundidade. No total, são três anos de estudos, que aliam as disciplinas tradicionais e o aprendizado para o mercado de trabalho do século XXI.

Durante as aulas, os adolescentes são incentivados pelos professores a desenvolver produtos com qualidade de mercado. Os trabalhos podem ser feitos em diferentes formatos, como áudio, vídeo, jogos, artes manuais ou textos. Os professores participam de cursos de formação e os resultados de suas discussões e projetos são replicados para outras escolas.

A escola foi reconhecida como uma das 33 mais inovadoras do mundo pela Microsoft, em 2013. Como prêmio, passou a ter uma parceria com a empresa, que oferece acesso a ferramentas, como o DreamSpark, voltado a desenvolvedores, e a Microsoft IT Academy , plataforma que certifica os alunos em programas como Word e Excel.

A tecnologia também pode facilitar uma comunicação mais efetiva e intensiva entre a escola e a família. Há bem pouco tempo (e ainda hoje, em muitos lugares), o uso de smartphones nas escolas não era lá muito bem visto e, como já sabemos, chegou a ser proibido.

A verdade é que essa ferramenta se tornou um dos principais aliados dos professores, já que a grande maioria dos alunos passa boa parte de seu tempo livre jogando ou interagindo em redes sociais. Proibir não é a solução, ensiná-los a melhor forma de utilizar tais aparelhos, sim!

Alguns aplicativos, como o WhatsApp, permitem que o professor possa atualizar, com facilidade, todos os pais e responsáveis pelos estudantes sobre os temas trabalhados em sala de aula e sugerir maneiras para apoiar a aprendizagem desses jovens em suas casas. Além disso, o professor pode criar diálogos particulares com famílias específicas e também ajudar na gestão da escola.

É inconcebível que a educação do século XXI não reconheça a importância das mídias sociais.

Um dos projetos dos alunos, por exemplo, criou um aplicativo que eles pudessem comunicar
aos pais as informações da escola.

No WhatsApp nós temos vários grupos. Quando os professores precisam de ajuda da assessoria eles pedem direto. Também temos um grupo de mães, onde 40 mães, o que dá 70% da escola, já estão conectadas e os avisos vão por lá.

O projeto The School in the Cloud se propõe a espalhar pelo mundo ambientes de aprendizagem auto-organizáveis, para que as crianças façam descobertas com a ajuda dos colegas, usando o computador. O primeiro foi criado em Killingworth, na Inglaterra, em 2013. Atualmente, já possui uma série de laboratórios espalhados pela Índia e pelo Reino Unido, onde as crianças embarcam em aventuras intelectuais, envolvendo-se e se conectando com a informação e recebendo tutoria on-line.

Os alunos exercitam a imaginação e a criatividade, fazendo grandes perguntas e se conectando pela internet com uma equipe global de mediadores voluntários. O aprendizado acontece de forma espontânea nesses ambientes, propositadamente, caóticos. Os professores atuam como facilitadores, incentivando a participação de todos os presentes e ajudando a checar as informações. No final de cada sessão, os grupos apresentam os resultados de suas pesquisas. Alguns exemplos de atividades realizadas são: contação de histórias, atividades manuais, música, exploração da internet em grupo, jogos de perguntas e respostas e discussões.

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A tecnologia também tem um papel importantíssimo na modernização e melhoria da formação continuada dos professores.

Assim como o antigo modelo de aula expositiva para o estudante, o modelo de formação continuada a distância para os professores carece de personalização a necessidades individuais e ainda não oferece o melhor acompanhamento.

Algumas plataformas disponibilizam um catálogo de módulos on-line para o professor montar, com o seu coordenador, um plano individual de cursos de formação nas áreas que precisam ser aprimoradas. Os módulos podem incluir diversos recursos de aprendizagem para o professor, como vídeos de demonstração de práticas específicas e fóruns de discussão sobre experiências e técnicas.

Avanços tecnológicos também permitem ao professor gravar suas aulas para autorreflexão de sua prática diária, ou até mandar os vídeos para especialistas em pedagogia, recebendo apontamentos e dicas para melhorar.

Esse tipo de tutoria on-line vale tanto para o aprendizado do professor quanto o do aluno. A aprendizagem híbrida, que utiliza também o meio digital além do presencial, é amplamente empregada, incluindo até a troca de conhecimentos entre alunos de diferentes escolas, cidades e países.

Ideia! Pesquise sobre escolas que se relacionam por meio da tecnologia fora do Brasil também, como a School in the Cloud, que agrega o Reino Unido à Índia, a Summit Public School, nos Estados Unidos, e a Wooranna Park Primary School, na Austrália. Veja os links clicando aqui.

A grande questão é que os professores são parte fundamental e vital do processo de aprendizagem e, como tal, também estão aprendendo, constantemente. A formação continuada ajuda muito no processo de identificação do papel do professor, mas a equipe com quem trabalha, e seus estudantes, estão lá para isso também. É importante não se sentir sozinho e, mais importante ainda:

Na África do Sul, o projeto Growing Communities Of Readers incentiva a leitura para os jovens melhorarem os estudos e a vida fora da escola. Ele publica livros de ficção e não ficção, contos, peças de teatro e poesia em uma plataforma on-line chamada “biblioteca no celular”, que pode ser acessada de celulares ou de qualquer dispositivo conectado à internet.

A cada semana, uma nova história é publicada em sete partes diárias. O aplicativo promove, ainda, a interação dos usuários, com espaços para comentários e compartilhamento, republica livros de outras editoras e dá tutoria para jovens escritores, que podem divulgar seus livros na plataforma e participar de workshops escritos.

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Na Índia, o projeto RadioPhone oferece programas educativos de temas variados (alfabetização, matemática, hábitos saudáveis etc.), com os personagens da versão indiana da série Vila Sésamo, chamada Galli Galli Sim Sim, por meio de rádios comunitárias e telefonia celular. A difusão dos áudios com essas tecnologias tem como objetivo atingir as populações marginalizadas e migrantes do país.

Por exemplo, a aldeia pobre chamada Nagina, a cerca de cem quilômetros de Nova Delhi, não tem eletricidade. O RadioPhone chegou pelos telefones celulares, sintonizados em uma rádio comunitária da região. As crianças se preparam para a escola ao aprender a contar histórias, lidar com números e resolver problemas. Mas, além disso, elas aprendem hábitos físicos (como os de higiene pessoal), emocionais e sociais. Os adultos (pais, professores e comunidade) aprendem a importância da educação e são incentivados a refletir sobre a própria realidade e o desenvolvimento de suas comunidades.

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Read and Prosper é um projeto baseado em Washington, que trabalha com escolas no Quênia, na África. Além de desenvolver e-readers, cria um sistema de painéis solares, que mantêm os “livros” carregados e substituem as lamparinas de querosene, altamente poluentes e dispendiosas para grande parte dessas famílias.

A Escola Kauti de Educação Infantil, em Kathiani, no Quênia, é a versão piloto do programa, onde entregaram lanternas carregadas pela luz solar para as comunidades, possibilitando que as crianças estudem em casa, mesmo à noite.

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No GENTE, escola situada na Rocinha, Rio de janeiro, tablets e smartphones são parte do material escolar dos alunos e docentes. A utilização de novas tecnologias aumentou a motivação não só de alunos, mas também de professores, expandindo oportunidades de aprendizagem e quebrando os limites de tempo e espaço. A mudança auxiliou a personalização das necessidades e estilos individuais, tornando os alunos mais independentes, autônomos e donos da própria formação.

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Para que as mudanças trazidas pela tecnologia aconteçam, temos de falar sobre conectividade, não é mesmo? Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep), apenas 9,9% das 76.229 escolas brasileiras inseridas em áreas rurais possuem acesso à internet, enquanto nas áreas urbanas são cerca de 84% de escolas conectadas.

A boa notícia é que, inspirada pelos dados acima, a Fundação Telefônica Vivo está realizando, desde 2012, o programa Escolas Rurais Conectadas, que leva conectividade para zonas rurais.

Com a compra das licenças para oferta de serviços de 4G, a Telefônica ficou responsável por levar telefonia e internet (banda larga 3G) para regiões remotas do País, inseridas em nove estados: Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe e São Paulo.

Com isso, mais de 22 mil escolas rurais estão recebendo conexão e agora podem navegar livremente pela internet.

Quando todas as escolas estiverem devidamente conectadas, e com um mínimo de infraestrutura tecnológica, temos certeza de que os estudantes vão alçar voos muito mais altos.

Passo a passo

Hora de avaliar todos os recursos tecnológicos disponíveis em sua escola e, se não forem suficientes, procure saber como é feita a requisição para compra de novos aparelhos e dispositivos. Converse com a direção e veja como ajudar nesse processo.

Em algumas situações, basta um apoio, um incentivo para os recursos começarem a chegar. Sabemos também que, muitas vezes, a falta de dinheiro impossibilita a compra de novos dispositivos. Caso essa seja a realidade da sua escola, procure identificar, dentre os aparelhos que você ou o próprio estudante já possui, os que podem ser utilizados em sala de aula.

Depois de verificar os equipamentos disponíveis, você e toda a equipe pedagógica precisam refletir sobre estas questões práticas, relacionadas à utilização e ao manuseio dos recursos tecnológicos:

Reflita também sobre estas questões:

Agora que você já tem uma noção dos recursos tecnológicos que a sua escola dispõe, e também as questões de ordem pedagógica, é preciso colocar a mão na massa e partir para o planejamento. Convide outros professores e faça um brainstorming. No início, você precisará:

Pense com seus alunos uma maneira de apresentar os trabalhos desenvolvidos pela turma para as famílias, com o objetivo de compartilhar as novas descobertas e habilidades de seus filhos.