Conduzido pelo Instituto Fonte, em 2020, o estudo identificou impactos positivos da formação em competências empreendedoras que se relacionam à BNCC, como comunicação e projeto de vida.
Entre o final de 2019 e agosto de 2020, o Instituto Fonte para o Desenvolvimento Social realizou um estudo detalhado sobre a formação do Programa Pense Grande, no tema de empreendedorismo, da Fundação Telefônica Vivo. Foram ouvidos jovens e seus familiares, educadores e líderes de instituições parceiras. Os dados da avaliação correspondem ao período de formação durante os anos 2016 a 2019.
Uma das grandes questões motivadoras para esse estudo foi identificar se os impactos gerados com as formações aplicadas diretamente aos jovens, entre o período de 2016 e 2018, eram diferentes dos impactos gerados nos jovens, que receberam a formação Pense Grande indiretamente, por meio de educadores multiplicadores, a partir do ano de 2018.
“Percebemos que não há diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de jovens que passaram pela formação direta em comparação aos que passaram pela formação indireta no desenvolvimento de habilidades. As competências e transformações na vida, que o Pense Grande ajudou a proporcionar nos jovens, aconteceram de maneira muito semelhante entre os jovens que fizeram as formações diretas e indiretas”, explica Helena Rondon, Coordenadora do Processo de Avaliação no Instituto Fonte para o desenvolvimento social.
“Essa é uma conclusão muito significativa. Mostra o potencial da metodologia para expansão de forma independente da aplicação e, portanto, a maturidade da metodologia desenvolvida”, complementa a responsável pela pesquisa.
Competências estimuladas
Sobre o Pense Grande
O Pense Grande é um programa da Fundação Telefônica Vivo que convida jovens de todo o Brasil a pensarem no seu projeto de vida e na sua comunidade, compreendendo o empreendedorismo social e as tecnologias digitais como aliados nas respostas aos desafios do nosso mundo atual.
A atuação acontece, hoje, em parcerias com redes públicas de ensino, por meio de formações para educadores e estudantes, além da produção de conteúdos multimídia e trilhas interativas, alinhadas às competências estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e voltadas ao Ensino Médio.
A avaliação demonstrou que, das 10 competências básicas apresentadas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 9 foram estimuladas durante a trilha formativa, e que destas, 6 foram identificadas pelos jovens como aprimoradas durante as formações: Comunicação, Cultura Digital; Trabalho e Projeto de Vida; Autoconhecimento e autocuidado; Empatia e cooperação; Responsabilidade e cidadania.
O Pense Grande, com sua metodologia, contribuiu, ainda, para o desenvolvimento da iniciativa e autonomia, responsabilidade, resistência e resiliência. A análise aponta que a formação colabora também para uma transformação entendida como a “ampliação da perspectiva de vida” e o “fortalecimento da percepção do papel do jovem na realização de seu projeto de vida”.
Impacto positivo no futuro
Segundo a coordenadora da pesquisa, os resultados alcançados pela formação Pense Grande são fundamentais para o cenário atual do país e vão ajudar no desenvolvimento das juventudes para o futuro.
“Essa pesquisa mostra que os jovens desenvolveram algumas competências que podem ajudar nesse momento, como comunicar-se melhor, com mais desenvoltura e segurança, usar a tecnologia para pesquisa, e isso pode ajudá-los a fazer melhores leituras de contexto e estar atentos às oportunidades de formação, trabalho e geração de renda própria”, destaca Helena Rondon.
Além disso, as habilidades desenvolvidas pelos jovens no Pense Grande ajudam a desmistificar o que é empreender e faz o jovem acreditar mais em seu potencial.
“O estudo mostra que eles se descobriram capazes de subir degraus para alcançar seus sonhos e contribuir com o desenvolvimento das comunidades onde vivem, pois afinal perceberam que empreender pode ser algo além de montar um negócio, pode ser um jeito de ganhar a vida e ao mesmo tempo gerar desenvolvimento”, finaliza.
“Todo mundo entende o empreendimento como algo que você vai fazer e vai gerar dinheiro, e eu nunca tive muito interesse em abrir um negócio, não queria isso pra minha vida. Depois que eu tive o contato, eu descobri que empreender não é só isso, é tomar as rédeas da sua vida, é ser protagonista da sua vida, é saber que as coisas vão mudar na sua vida. Aí eu descobri que eu queria empreender”, destaca um dos jovens formados na metodologia, que decidiu tornar-se multiplicador do Pense Grande em Minas Gerais.